AFINAL, FOI MÃO OU NÃO DE MATHEUS HENRIQUE?
Para quem não sabe, as regras do futebol são geridas por uma instituição chamada IFAB (International Football Association Board, que as atualizam anualmente.
A IFAB foi fundada ainda em 1886 e é composta por representantes das quatro federações do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), responsáveis pela criação das regras hoje conhecidos em todo o mundo.
Saindo da ilha da Grã-Bretanha e vindo para o Brasil, vimos ontem, no jogo entre Vitória e Cruzeiro, uma polêmica envolvendo o gol de empate marcado pelo time mineiro.
No início da jogada, o meia Matheus Henrique teria dominado a bola com a mão, porém, o árbitro Marcelo de Lima Henrique confirmou o gol marcado pelo atacante Dinneno. Veja o vídeo abaixo:
Ao longo da noite e também hoje de manhã, vimos diversos programas esportivos apontando erro ou acerto da equipe de arbitragem, inclusive, indicando alguns desenhos que reforçariam o que a regra permite ou não. Contudo, nossa equipe não viu nenhum jornalista indicando o livro de regras da IFAB como fonte para os comentários realizados.
Dessa forma, trouxemos aqui uma breve indicação sobre o que diz as regras do futebol sobre o acontecido de ontem, para que você, leitor, possa tirar as próprias conclusões.
A IFAB não traz um capítulo específico para a mão na bola, estando esse assunto dentro da seção de faltas e condutas antidesportivas.
Na página 106 do livro de regras do futebol do biênio 2024/2025, é destacado que é considerado toque de mão quando um jogador:
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Deliberadamente tocar a bola com a mão/braço, por exemplo, movendo a mão/braço em direção à bola.
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Tocar a bola com a mão/braço quando isso aumenta seu corpo de forma antinatural. Considera-se que um jogador aumentou seu corpo de forma antinatural quando a posição de sua mão/braço não é consequência de, ou justificada pelo, movimento do corpo do jogador para aquela situação específica. Ao ter a mão/braço nessa posição, o jogador corre o risco de sua mão/braço ser atingida pela bola e ser penalizado.
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Marcar um gol na meta adversária:
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Diretamente com a mão/braço, mesmo que acidentalmente, incluindo o goleiro.
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Imediatamente após a bola ter tocado sua mão/braço, mesmo que acidentalmente.
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Ainda, é trazido o desenho abaixo (nos espantou muito NENHUM programa esportivo ter mostrado tais imagens, que são oficiais das regras do jogo):

Portanto, apenas o ombro não é considerado mão. Se a bola toca no bíceps, menos que minimamente, de acordo com as regras da IFAB, ela é considerada mão.
Agora, caro leitor, cabe a você diferenciar se houve o domínio de bola, por parte do atleta Matheus Henrique, com uso de outra parte do braço, que não seja o ombro.